Simbiótico

quarta-feira, fevereiro 18, 2004

Com a lua boa



Nada como a serenidade dos dias para ver o que acontece. Para falar bem a verdade, hoje, acordei com a lua boa. Não sei se acontece com todos mas...
Preciso escrever alguma coisa mais eletrizante, acho que só depois do carnaval, e a nítida impressão que tenho, é que o Brasil inteiro só começa a andar depois das festas...
Já estou entrando no clima... Posso falar do carnaval daqui, que é digamos um carnaval mais tradicional, aqueles de salão mesmo. Mas não deixa de ser divertido, muita agitação, bebiba... rola de tudo um pouco.
Vou chutar o balde esse ano, eu cabeludo, e não vou tirar minha barba rala, gosto do meu ar de vadio, com o calor que faz nessa cidade, é inevitável não fazer festa. O pior é que muitos brasileiros acham que, a região sul, é “a Europa Tupiniquim”.
Eu moro na região serrana, tudo bem faz um frio de gelar os ossos sim, mas não é sempre, e no verão há dias de calor sufocante como o de hoje. Já perdi a conta de quantos copos de água bebi. E olha que não dá vontade de fumar, agora eu sei porque baiano tem fama de preguiçoso...
Minha preguiça é de fazer inveja a qualquer mortal, mas nada que me impeça de fazer o que precisa ser feito. Bom, agora é na leitura que estou encontrando minha satisfação... esse poema me lembra um que fiz em cima dele...

Ninguém venha me dar vida,
que estou morrendo de amor,
que estou feliz de morrer,
que não tenho mal nem dor,
que estou de sonho ferido,
que não me quero curar,
que estou deixando de ser,
e não quero me encontrar,
que estou dentro de um navio,
que sei que vai naufragar,
já não falo e ainda sorrio,
porque está perto de mim
o dono verde do mar
que busquei desde o começo,
e estava apenas no fim.
Corações, por que chorais?
Preparai meu arremesso
para as algas e os corais.
Fim ditoso, hora feliz:
guardai meu amor sem preço,
que só quis quem não me quis.

Cecília Meireles


Todo meu lirismo fica guardado com esses versos...


Fale comigo antes de catar qualquer coisinha por aqui.