Simbiótico

terça-feira, fevereiro 10, 2004

Um passarinho



Poema dedicado a um passarinho que nunca vi na vida, não sei nome, nem raça, mas me compadeci da sua saga...


Hoje eu vi um passarinho
Estava no galho duma árvore
Cantava solitário...

Não era um canto triste
Nem alegre, apenas um canto.
Mas enchia os pulmões ao cantar.
Saia alto e afinado.

Hoje eu vi um passarinho
Estava no galho duma árvore
Cantava solitário, a asa machucada...

Havia um pequeno corte
Não mexia a asa esquerda
Se contorcia de dor
e não demonstrava

Hoje eu vi um passarinho
Estava no galho duma árvore
Cantava solitário e a asa machucada, longe do ninho...

O ninho parece ser aconchegante
Se aproximou
Cantou mansinho
Caiu do galho

Me impressionei, ele caiu no chão
Passou um tempo, ali estirado
Mesmo com dor, bateu asas e vôou
Se alojou perto do ninho
E continuou a cantar mais alto...

Fale comigo antes de catar qualquer coisinha por aqui.