Carta a mim mesmo...
Sim uma carta a mim mesmo. Hoje não tenho estórias mirabolantes, para contar, palavras me fogem para completar meus versos... Hoje é dia do repórter. Talvez eu faça uma reportagem comigo...
O bom é olhar na tela desse computador, está a foto dela ao fundo, eu gosto de ficar admirando, apenas olhando, e devaneando e num instante tudo pára. Entro no mundo que eu criei. Cenas, fatos, palavras e pensamentos, passam num psicodélismo exorbitante.
Me espanto, ao ver o estado caótico da minha mesa, o caneco de café que de longa data me acompanha e nunca me abandona (não fico sem um café, às vezes). Ao lado o cinzeiro, um malboro queima, uma brasa ardente... a fumaça esvaindo...
Meu dicionário Aurélio, companheirinho que nunca me deixou na mão. Se une aos versos, de Fernando Pessoa e Álvares de Azevedo, papéis e mais papéis, tem o artigo meia boca do Diogo Mainardi (ele anda me decepcionando). Uma verdadeira balburdia de letras, que eu espero sempre ter na minha vida.
Não nego, hoje me sinto fraco e melancólico. Piuuiii, piuuiii, piuuiii. Isso flagela meus pensamentos... queria ter aquele conformismo barato que muitos tem. Não o tenho e nunca vou ter.
Silêncio... silêncio. Não ouço nada, me falaram que escutar musicas, num estado melancólico, instaura uma eterna nostalgia sempre que a ouvir. Só ouço uma no pensamento - Fotografia.
Fiz e faço planos que talvez nem Aníbal - o cartaginês -, ousou em pensar. Mexo neles, rabisco, apago e transformo. Mas a essência continua a mesma. Alguns logo estarão em prática, outros quem sabe... não perco a criatividade.
Agora olho para à minha vida. Mais um massacrante ano de cursinho me espera, me dá ansia ao imaginar, eu com à cara no meio de livros e apostilas, e ter que abrir mão de um monte de coisas, para conquistar outras em breve. Carteira de motorista, trabalho... um monte de coisas vêm anexadas...
O futuro, olhando daqui 5 anos, aí sim tudo começa a se ajeitar. Eu jornalista, lógico. Tudo é incerto, mudanças... e ter paciência para ver o que vai acontecer na reação quimíca da vida, não gosto de esperar mas é uma lição que tenho que aprender.
E eu, que sempre tive soluções para os problemas dos outros não a tenho para mim, agora. É difícil se adaptar. O destino prega peças... Momento de introspecção. Não sei o que preciso agora, menos julgamentos, palavras de afeto seriam um ótimo elixir.
Hoje, conto com minha estimada sorte que sempre andou lado-a-lado comigo. Com à esperança, fatos irão acontecer, um futuro pródigo está logo ali. O mundo dá voltas, e não estarei no mesmo lugar. A batalha com o destino prossegue. Dou um passo hoje, vendo o amanhã, com todos os sonhos que almejo concretizados. Um tempo de hibernação vai vim para ver o meu sonho realizado... hibernarei.
Curitibanos-SC, 16 de fevereiro de 2004.
Darilson Borges Barbosa